A revista Forbes listou as principais tendências para o mercado de trabalho este ano
A revista Forbes listou 16 tendências para carreiras em 2024, evidenciando os modelos de trabalho mais flexíveis e a nova relação entre profissionais e tecnologia.
Para aprofundar o debate sobre o tema, conversamos com Carol Martins, Diretora de Operações e líder da área de Recursos Humanos da SOAP há nove anos ou, como ela mesmo define, uma “grande resolvedora de BOs”.
O primeiro passo para falar sobre tendências do mercado de trabalho é entender que “tendência” não é sobre um futuro distante. Na verdade, muitas dessas tendências já estão sendo vividas na pele por milhões de brasileiros.
Algumas podem demorar mais que outras, mas, como destaca Carol Martins, “’demorar’ não leva o mesmo tempo da época da Revolução Industrial, não são 100 anos mais”.
No mundo em que vivemos hoje, as mudanças acontecem muito rápido e isso torna as tendências de trabalho muito mais voláteis.
Exemplo disso é o recente boom de ferramentas como o ChatGPT, que já levantam debates no mundo inteiro sobre o impacto da Inteligência Artificial (IA) na economia como um todo.
Já há pessoas ganhando dinheiro e mudando sua forma de trabalhar com esses programas de IA. Mas, paralelamente, novas atualizações ainda mais impressionantes são lançadas, bem como novos programas.
Quem não acompanha as mudanças, pode ficar perdido.
Nesse cenário, tanto para colaboradores quanto para gestores, é fundamental estar atento ao que se espera do mercado. Afinal, na mesma medida que as mudanças não levam mais 100 anos, também leva muito menos tempo para alguém se tornar obsoleto no meio corporativo.
Especialmente gestores devem entender quais são essas tendências para capacitar seus profissionais para o novo mercado.
Quais serão as habilidades mais necessárias? Como desenvolvê-las em seus times? Como devem ser os novos treinamentos corporativos?
Todas essas são questões que devem ser consideradas na preparação de seus profissionais para o futuro próximo.
De acordo com a revista Forbes, estas são as 16 tendências que os profissionais podem esperar em suas carreiras a partir de 2024:
A partir do levantamento da Forbes, a SOAP lista 5 características que devem nortear essas tendências pelos próximos anos e as habilidades necessárias para lidar com elas.
Para Carol Martins, de todas as mudanças provocadas pela pandemia, “a mudança que veio para ficar é o formato de trabalho híbrido.” Afinal, esse modelo está alinhado com tendências de flexibilidade do mercado e de maior busca por qualidade de vida.
Algumas pesquisas têm apontado para a queda do modelo 100% home office, mas isso não significa necessariamente 100% presencial.
O trabalho híbrido se apresenta como uma alternativa para que as pessoas consigam acomodar um pouco melhor a sua vida pessoal com o trabalho, como destaca Carol.
Ou seja, permite que elas organizem e equilibrem, de forma autônoma, suas rotinas de forma mais saudável.
“O trabalho, durante anos, tem sido um grande ofensor da qualidade de vida das pessoas. Um grande empecilho da qualidade de vida. Por outro lado, é uma necessidade do ser humano, tanto em termos financeiros quanto na necessidade de se sentir útil.”
Portanto, o trabalho precisa se adaptar à nova realidade. Mas a Diretora de Operações e líder da área de RH da SOAP também destaca que o “como” ainda precisa ser ajustado.
“Penso que ele ainda é visto com uma visão um pouco antiga”, aponta Carol, que sente no mercado uma ideia de que o híbrido ainda é apenas uma medida para lidar com a pandemia ou uma extensão do trabalho presencial: ainda tem anos pela frente para a gente conseguir realmente usar todo o potencial do trabalho híbrido.”
Especialmente a Inteligência Artificial foi uma das inovações tecnológicas mais comentadas dos últimos tempos. Não à toa, aparece no horizonte corporativo entre as principais tendências para carreiras.
Para Carol Martins, ainda há muito do potencial a ser desenvolvido para essas novas tecnologias. Mas ela concorda que elas mudarão a forma como as empresas trabalham e que exigirão novas posturas do mercado.
As empresas precisarão olhar cada vez mais para questões mais complexas que a Inteligência Artificial ainda não é capaz de resolver. Especialmente no que tange à subjetividade das relações interpessoais, será necessária uma preocupação maior.
O ChatGPT, por exemplo, pode ser incrível, mas ele ainda não é capaz de se comunicar de forma empática e assertiva com um colaborador.
“Penso que o mundo corporativo nunca deu muita atenção a esses aspectos mais subjetivos, foi sempre um negócio muito mais prático, muito mais focado em números etc. Mas acredito que, enquanto essa tecnologia vai resolver tudo em um clique, a gente vai precisar olhar para outras coisas que também importam.”
Profissionais qualificados e especialistas são ainda mais valorizados. Ao mesmo tempo, com mudanças tão rápidas no mercado e na tecnologia, o aprendizado contínuo (também chamado de lifelong learning) é fundamental.
Um estudo da Accenture aponta que mais de 90% dos CEOs globalmente relatam escassez de talentos e falta de habilidades relevantes para o futuro do trabalho. Esse será um dos maiores desafios para os negócios, alerta a Forbes.
Por isso, o desenvolvimento profissional — que sempre foi um aspecto importante para o sucesso de carreiras — agora deve ter uma presença ainda mais forte no plano dos profissionais. Investir nas suas soft e hard skills será fundamental.
As pessoas cada vez mais valorizam qualidade de vida. Como reflexo disso, os profissionais buscam mais flexibilidade e mais benefícios.
Um levantamento do LinkedIn aponta que remuneração e ótimos benefícios são o principal foco dos candidatos. Além disso, as jornadas de trabalho reduzidas (até mesmo com quatro dias úteis) ganham cada vez mais força.
Aqui entra um ponto de atenção, já que nem todos os trabalhos permitem tanta flexibilidade e jornadas menores.
“Acredito que ainda não estamos preparados para fazer isso em todos os tipos de trabalho. Quando se trabalha com demandas muito claras, pode funcionar de um jeito mais fácil”, aponta Carol. “Mas penso ser legal começar (a testar). Afinal, já há vários países adotando esse modelo e acredito que é super válido, porque é uma hipótese que pode dar certo.”
A especialista também aponta que essas novas necessidades para o ambiente de trabalho passam pela cultura empresarial, demandando mais eficiência e atenção das lideranças.
Se as mudanças do novo mercado de trabalho passam pela cultura empresarial, é claro que a Gestão de Pessoas ganha um novo grau de importância. Como aponta a Forbes, gestores de RH agora são fortes candidatos ao C-level.
Não que essa área das empresas já não fosse importante, mas agora ela tende a ser parte de decisões administrativas do topo. Afinal, em um cenário cada vez mais remoto ou híbrido, com flexibilidade e novas tecnologias, gerir os times é ainda mais desafiador.
Mas há um papel a ser desempenhado pelo colaborador nesse cenário também, como aponta Carol Martins: “liberdade e mais flexibilidade precisam vir com maturidade.”
Os profissionais precisam aprender a “usufruir” dos benefícios desse novo mercado com toda a responsabilidade que essa liberdade também proporciona. “Isso vale para ambos os lados.”
Mais benefícios, transparência salarial, lazer no ambiente de trabalho: tudo isso entra no novo pacote de preocupações do gestor de RH, figura que precisará também estar preparada para lidar com o senso crítico cada vez mais apurado das pessoas.
Todas essas tendências para as carreiras a partir de 2024 vão exigir uma nova postura dos profissionais.
Com a necessidade de novas habilidades para operar as novas tecnologias e a busca por pessoas cada vez mais qualificadas, é importante que os profissionais saibam se posicionar.
Você sabia que 44% das habilidades que os profissionais têm hoje vão estar desatualizadas nos próximos 5 anos? É o que revela o “Future of Jobs Report”, do Fórum Econômico Mundial.
Com base nele, a SOAP lançou o e-book “O futuro do trabalho”, que apresenta as principais habilidades para o novo mercado e como capacitar sua equipe. O material é gratuito e está disponível no botão: