Entenda como e por que os vícios de linguagem podem empobrecer sua fala e tornar sua comunicação confusa e complicada
Os vícios de linguagem são aquelas palavras cotidianas que teimam em aparecer diversas vezes enquanto falamos. Embora não cheguem a ser um problema, elas podem incomodar em uma apresentação.
Pense na forma como você se comunica, exemplo: sempre existe aquela palavrinha que você usa como “muleta” no meio das frases? Não precisa se sentir mal por isso, quase todo mundo tem alguma — as manias de falar palavrão ou de usar interjeições sem sentido como “tipo”, são as clássicas.
Mas esse hábito pode estragar a performance de qualquer palestrante, principalmente por gerar falhas na comunicação e a sensação de insegurança e de que há um despreparo em relação ao conteúdo, o que pode desviar a atenção do ouvinte.
Se você quer entender por que os vícios de linguagem atrapalham sua comunicação e como se livrar deles, leia o artigo na íntegra e fique por dentro.
Basicamente, os vícios de linguagem referem-se ao uso frequente e instintivo de termos e expressões inadequados que, quando repetidos em excesso, comprometem a qualidade do discurso ou mensagem. Em uma apresentação profissional, eles se tornam ainda mais equivocados, podendo prejudicar o resultado.
Os vícios de linguagem podem ser representados pelo uso incorreto de palavras ou apenas equívocos na estruturação de frases. No geral, os vícios mais comuns são o uso de clichês, ou seja, expressões previsíveis e sem originalidade que nada acrescentam ao texto.
Além disso, são caracterizados pelo uso excessivo da mesma palavra ou expressão, uso desnecessário de palavras que repetem ideias — o famoso pleonasmo —, ambiguidade e redundância.
Evitar vícios de linguagem é fundamental para quem quer garantir uma comunicação clara, concisa e eficaz. E isso não só na comunicação oral, mas na escrita também. Por isso, é importante revisar os textos dos slides e treinar antes de uma apresentação.
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As pessoas que mais sofrem com os vícios de linguagem são, geralmente, aquelas que pensam e falam rápido demais durante a apresentação. A falsa crença de que é preciso falar sem parar facilita o surgimento de possíveis vícios.
O fato é que entrar no modo “aperta o play e vai”, só atrapalha. É importante se preparar, ou seja, elaborar o discurso que deseja transmitir para evitar repetições de termos e expressões tidos como vícios de linguagem.
Alguns exemplos comuns de expressões que não adicionam nenhuma informação relevante à mensagem e poluem a comunicação são interjeições ou expressões cuja função é ocupar vazios da fala: “hã”, “tá”, “né”, “ok”, “hum”, “tipo”, “e aí”, “aaaaaah”, “ééééééé”, “veja bem”, “é relativo”, “entende?”, entre outras.
O gerúndio e diminutivo também podem ser um vício de linguagem, pois fazem modificações nas palavras. Se você faz isso com vários verbos e substantivos, preste atenção — pode estar usando um recurso desnecessário.
Cuidado ao usar uma palavra em todas as situações, isso pode esvaziar o sentido dela. Um bom exemplo é o advérbio literalmente. Quantas vezes não ouvimos “literalmente” sem a pessoa querer dizer algo literal?
Os modismos também se encaixam como vícios de linguagem e tornam a fala semelhante em discursos distintos. Palavras como “mindset”, “disruptivo” e “assertivo”, são alguns dos clichês do momento.
A melhor forma de amenizar esse comportamento é fazer pausas. Os vícios são a tentativa frustrada de preencher lacunas, respiros e vazios. Geralmente são junções de frases, palavras fora de contexto, emendas de pensamentos. No lugar, que tal silenciar?
As pessoas têm medo de perder o raciocínio ou a atenção da plateia, mas não há razão para temer silêncios breves. O efeito tende a ser o oposto — os apresentadores que utilizam as pausas são mais cativantes.
Falas sem afobação transmitem segurança e credibilidade. Se duvidar, assista a um discurso do ex-presidente dos EUA, Barack Obama. Bastam dois ou três segundos, especialmente, logo após concluir uma ideia.
A pausa facilita o entendimento da mensagem pela audiência, já que o interlocutor tem tempo para processar aquela nova informação. No caso do apresentador, é útil como um momento de oxigenação do cérebro e reestruturação — aqueles poucos segundos em silêncio entre uma frase e outra permitem que você consulte seu arquivo mental e se conecte com seu roteiro.
Além disso, elas podem ser usadas como ênfase. O próprio Obama que citamos acima utiliza muito esse recurso. Outras dicas práticas são ler em voz alta ou para alguém com frequência, seja um colega ou familiar, e ensaiar para sua apresentação sem decoreba. Decorar é a armadilha certa para, ao esquecer uma só palavra, substituí-la por outra bem vazia, na tentativa de ganhar tempo.
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Algumas medidas simples e eficazes podem te ajudar a eliminar os vícios de linguagem em suas apresentações. Veja algumas dicas para ter um discurso de impacto, limpo e convincente!
O primeiro passo para eliminar seus vícios de linguagem é reconhecê-los. Fique atento aos seus padrões recorrentes de escrita ou fala para reconhecer aqueles que podem ser considerados vícios.
Uma boa dica para identificar essas questões na sua fala é gravar a si mesmo e depois analisar o áudio a fim de identificar o que pode ser eliminado da sua fala para torná-la mais clara e coesa. O passo seguinte é treinar uma maneira de falar sem que esses vícios de linguagem identificados surjam em seu discurso.
Além de ensaiar sua performance, planeje como será a apresentação, ou seja, visualize quais serão os pontos de abordagem para fixar melhor as ideias e mentalizar uso das palavras.
Para isso, conheça sua fala, quais são os vícios de linguagem que você utiliza no dia a dia e tente eliminá-los. Uma boa maneira de fazer isso é escolher um trecho da sua apresentação e gravar para ouvir quantas vezes for necessário. Isso ajuda a entender quais os pontos que devem ser melhorados.
Se você tem o domínio do conteúdo que será abordado é importante estudar para conectar bem as palavras, expressões e frases. Não se trata de decorar, mas saber exatamente o que precisa ser dito de modo a garantir uma apresentação consistente, com argumentos sólidos, sem ter que recorrer aos vícios de linguagem.
Faça da leitura, um hábito, pois jornais, revistas e livros trazem texto de qualidade que podem ajudar a desenvolver o conhecimento da língua portuguesa e aumentar o vocabulário — entre palavras e frases, você pode encontrar sinônimos e preencher diversas lacunas da fala, antes ocupadas com os vícios de linguagem.
Estudar regras gramaticais e princípios de estilo também pode te ajudar a evitar erros recorrentes. Além disso, expanda seu vocabulário e busque alternativas para palavras e expressões que você usa com frequência. Isso pode ajudar a evitar repetições excessivas.
A criação do roteiro da apresentação ou discurso estabelece um norte e direciona a fala. Essa é uma estratégia para não se perder enquanto estiver diante do público — o roteiro faz a conexão entre assuntos, possibilitando que as pausas façam sentido.
As palavras e expressões rebuscadas, cheias de termos estrangeiros ou de difícil compreensão nem sempre enriquecem um discurso. Saiba, portanto, quando é preciso evitar um vocabulário complexo e simplificar a apresentação para transmitir a mensagem com facilidade.
Como você viu, os vícios de linguagem são recursos perigosos e desnecessários quando o assunto é fazer uma apresentação ou discurso de sucesso. O segredo está na preparação e planejamento da fala, o que tende a evitar o uso de termos e expressões inadequadas.
Você pode se preparar sozinho, mas se você precisar de uma ajuda para identificar e eliminar esses vícios de linguagem, estamos por aqui. O curso SOAP Apresentador une teoria e prática para te ajudar a preparar os melhores discursos e apresentações possíveis.
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